domingo, 12 de setembro de 2010

A Babosa e o câncer - reportagens de Dráuzio Varella

Semana retrasada, dia 5.9.10, foi exibida pelo programa Fantástico uma reportagem do médico Dráuzio Varella, na série “É bom pra quê?”, que discute o que é mito e o que é verdade sobre fitoterápicos usados na medicina popular. Neste episódio, ele discutiu os efeitos da babosa no tratamento de câncer. Euzinha ouvi váaaaarias pessoas me dizerem que era para eu usar a babosa, que essa planta era boa pra combater o câncer. Depois da reportagem, fiquei em dúvida sobre a eficácia da planta, também chamada de Aloe vera. Até hoje, tem um pote na minha geladeira de uma “vitamina” feita com a polpa da babosa. Tomei poucas vezes, porque o gosto é muito ruim. E me lembrei que, em algumas dessas vezes em que usei, estava em fase de quimioterapia. Os efeitos dessa interação foram tratados na reportagem por terem consequências perigosas. Veja alguns trechos:


A babosa pode causar efeitos colaterais bastante sérios. Pode ocasionar problemas cardíacos, fraqueza muscular, tonturas, dentre outras”, alerta a farmacêutica Rita Vieira.
“A babosa dá diarreia. Então, o que acontece? Você faz quimioterapia, e um dos sintomas que faz a gente parar de usar quimioterapia é diarreia intensa. Então, a pessoa toma babosa, ela não fala para o oncologista que está tomando. Aí suspende a quimioterapia”, afirma o Dr. Riad Younes, oncologista.
“Há casos em que a planta não faz mal por ela própria. Ela tira o efeito ou piora do outro medicamento que a pessoa está tomando”, ressalta o professor de farmacologia da UFSC João Batista Calixto.

No último domingo, dia 12.9.10, em novo epísódio do quadro, foi analisado os efeitos do extrato de graviola no tratamento de câncer e por meio de testes em laboratório, ficou provado que o tal extrato pode multiplicar as células cancerígenas. Não é que devemos simplesmente parar de acreditar na força das plantas, afinal, é justamente delas que surgem os diversos tipos de medicamentos conhecidos e estudados hoje. O mais certo a se fazer é: antes de usar qualquer tipo de tratamento alternativo, perguntar ao seu médico sobre a interação medicamentosa com os tratamentos convencionais, ou seja, quimioterapia, radioterapia e outros remédios alopáticos. Além disso, fazer uma busca na literatura científica e procurar sobre estudos da planta, a fim de verificar sua eficácia em relação aos tratamentos. Mas, o mais importante é: NUNCA deixar de fazer os tratamentos convencionais passados pelo médico, pois, apesar de serem geralmente agressivos, são formas comprovadas por milhares de estudos, por milhões de anos, de combater o câncer, ou seja, são eles que agem na destruição das células cancerígenas e têm eficiência comprovada. Devemos saber conciliar de uma forma segura o tratamento convencional e outros tratamentos alternativos. Por isso, a informação é sempre bem-vinda e afasta a ignorância. Onde já se viu usar argila como forma de combate ao câncer, em vez da quimioterapia? Isso não existe.

Quem quiser saber mais é só ler a reportagem na íntegra, dispovível em:
http://fantastico.globo.com/Jornalismo/FANT/1,,JOR404-15607,00.html